segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Chamada de Solidariedade Internacional: Despedimentos na Roménia


Envia um email para pressionar os patrões a parar com os despedimentos forçados!

Enviar para: delia.ruja@delonghiromania.ro ,  investor.relations@delonghigroup.com

Assunto: Solidarity with the workers from Jucu, Cluj, Romania

Corpo do texto: We demand that DeLonghi stop immediately with their abusive tactics and treat their employees fairly.


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Tradução do apelo da iniciativa anarco-comunista/sindicalista romena Ravna e da comunidade Mahala:

Chamada de solidariedade internacional!

Descobrimos através das trabalhadoras que se juntaram à greve selvagem do final do ano passado que a gerência da fábrica da De’Longhi na cidade de Jucu, concelho de Cluj, continuam a forçar os empregados a assinar resignações como penalidade pelas suas ações.

Uma curta cronologia dos eventos

Uns dias antes das férias de inverno, 21 dos 23 trabalhadores da linha de produção Brown começaram uma greve selvagem em que exigiam receber os bónus prometidos a todos os trabalhadores da fábrica. No começo da greve, o patrão (através do pessoal do departamento de recursos humanos e dos superiores) pediram aos trabalhadores em greve que deixassem as facilidades da fábrica. Durante a greve as mulheres trabalhadoras receberam ameaças,  dizendo-lhes que ião sofrer com as consequências das suas ações ao serem despedidas.

A atividade na facilidade de Jucu ficou parada durante toda a época das férias de inverno. Depois de 1 de Janeiro, as mulheres trabalhadoras voltaram ao trabalho, para descobrir que tinham sido todas redistribuídas noutras linhas e turnos de forma a que não pudessem voltar a comunicar umas com as outras. Basicamente, o patrão (através dos seus representantes) tentou quebrar o grupo de trabalhadores que expressaram a sua desaprovação quanto à existente desigualdade.

No dia 17 de Janeiro, 5 dos trabalhadores que participaram na greve foram chamados, um de cada vez, para discutir com os representantes do departamento de recursos humanos e outros superiores administrativos. Então, no final de uma conversa em que os trabalhadores se sentiram intimidados, cada um recebeu um documento para assinar. O documento não podia ser lido sendo que o conteúdo estava a ser tapado deliberadamente pela mão da pessoa que propunha que o assinassem, e o conteúdo também não foi expresso por palavras faladas. Só depois de os terem assinado é que os trabalhadores foram informados de que já não eram empregados daquela empresa.

Mais tarde, outro trabalhador “preencheu a resignação” (na verdade foi obrigado a fazê-lo), desta maneira não respeitam a dignidade dos trabalhadores, nem a sua liberdade para escolher se desejam resignar ou não – o que é um direito fundamental do código de trabalho e dos contratos de trabalho individuais.

A 19 de Janeiro, a nossa comunidade enviou uma carta à gerência da companhia De’Longhi exigindo que parassem com estas táticas abusivas, mas não recebemos nenhuma resposta. Novamente, quarta-feira dia 25 de Janeiro, dois trabalhadores encontraram-se na posição de serem forçados a despedir-se contra a sua própria vontade.

Considerando tudo o que tem acontecido, pensamos que esta é uma boa oportunidade para exigir directamente aos patrões que parem com as tácticas deploráveis que infligem a dignidade dos trabalhadores, e mais importante, que parem de forçá-los a demitirem-se dos seus empregos. Este tipo de tácticas são sem qualquer sombra de dúvida ilegais, abusivas, e imorais, e os assinantes desta carta continuarão a oferecer a sua solidariedade aos trabalhadores perseguidos por esta empresa.

Para seres solidário ou solidária com os e as trabalhadoras, podes tu também dizer à gerência da De’Longhi Romania para tratar os seus empregados com respeito, satisfazer todas as suas demandas, e para parar imediatamente com as suas táticas abusivas, através do seguinte e-mail e número de fax:

De'Longhi Romania Bucuresti | Telefone/Fax: + 4021.352.33.08/10

                              Website: delonghi.ro

                       Cluj | Telefone: +40 364 137300
                               Fax: +40 364 137301
                               E-mail: delia.ruja@delonghiromania.ro

Solidariedade e Saudações de,
Mahala - Comunidade de Militantes Trabalhadores
Ravna - organização anarco-comunista

Boicote à Padaria Portuguesa



Boicote à Padaria Portuguesa

O núcleo de Lisboa da AIT-SP apoia o boicote à Padaria Portuguesa e incentiva também que qualquer trabalhador ou trabalhadora da mesma nos contacte caso queira denunciar qualquer situação de exploração laboral.

A AIT-SP vê este boicote que emerge da revolta popular face às declarações do patrão Nuno Carvalho não como um boicote a apenas este mas um boicote a todos aqueles que ousam explorar a classe trabalhadora e saem impunes e enriquecidos. Da sanguessuga capitalista não se espera outra coisa se não a defesa dos seus interesses: despedimentos fáceis, trabalhadores dóceis que se submetam a trabalhar as horas necessárias para manter o emprego, ganha o mais submisso!

Nuno Carvalho dizia em entrevista à SIC Notícias que as medidas que este governo tomava eram medidas de curto prazo, que só interessavam aos políticos. Que precisávamos de medidas de longo prazo... Ora nem mais. Mas em vez de liberalização do mercado de trabalho, precisamos mais é de organização de base, combativa e resistente, face a quem nos atormenta.

Ataquemos onde lhes dói mais: nos bolsos!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Assim não dá!


Quando o teu patrão te pisa, não te está a explorar só a ti; está a atacar-nos a todos e todas nós, trabalhadores e trabalhadoras. Quando o teu patrão te pisa, não o tens de enfrentar sozinh@.
Na AIT-SP encontrarás pessoas como tu dispostas a lutar contigo pelos teus direitos, pelos nossos direitos, e mais do que isso, uma sociedade onde não haja espaço para a exploração do Homem pelo Homem.
A AIT-SP é uma organização sindical horizontal, com núcleos em Guimarães, Lisboa e Porto, de solidariedade entre a classe trabalhadora, sem chefes e burocratas do sindicalismo.
Mesmo que não estejas perto duma destas regiões, estamos disponíveis para partilhares o teu caso laboral connosco, e faremos os possíveis para te ajudar.
aitport@riseup.net

18 de Janeiro de 1934


Em 18 de Janeiro de 1934, os trabalhadores portugueses, organizados na antiga CGT - Confederação Geral do Trabalho (anarco-sindicalista) e noutras organizações , levantavam-se num movimento de resistência e protesto contra as novas leis do governo salazarista que pretendia proibir os sindicatos livres, obrigar os trabalhadores a entregarem os haveres das suas organizações ao Estado, proibir qualquer resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista, e obrigá-los a integrarem-se em ditos “sindicatos corporativos” controlados pelas autoridades salazaristas e pelo patronato.
Este movimento, derrotado apesar da atitude heróica dos trabalhadores, saldou-se em fuzilamentos sumários, numerosas prisões, na inauguração do campo de concentração do Tarrafal - onde morreram muitos dos combatentes mais decididos da classe operária - e no reforço da ditadura fascista, que duraria até ao 25 de Abril de 1974.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Um camarada deixou-nos



Lamentamos a morte do militante anarquista e membro da CNT Espanha, José Luis Garcia Rua. Garcia Rua faleceu pacificamente na manhã de sexta, dia 6 de Janeiro, com 93 anos. Rua nasceu em 1923 nas Astúrias, Espanha. O seu pai tinha sido membro da CNT, morrendo na frente de Oviedo durante a Guerra Civil. Em 1939, foi forçado ao exílio em França, eventualmente acabando num campo de concentração de Argelers e Barcarés, no entanto conseguindo voltar um ano depois.

Garcia Rua começou a sua carreira enquanto académico, mas trabalhou na construção, minas e metais. Envolveu-se com a atividade anti-franquista e foi reprimido pelo seu papel numa greve de mineiros. Perdeu o seu trabalho na academia durante algum tempo, porém tornou-se professor de filosofia na Universidade de Granada nos anos 70,. Em 1977, depois da morte de Franco, foi escolhido Secretário da região Andalusa da CNT, uma posição em que esteve duas vezes. Entre 1986-1990, serviu como Secretário Geral da CNT e de 1997-2000, como Secretário Geral da AIT-IWA.

É autor de numerosos artigos e livros, ambos relacionados com anarco-sindicalismo tal como os seus interesses académicos. No 1º de Maio de 2016, deu um discurso apaixonante sobre a Associação Internacional dos Trabalhadores, pedindo aos camaradas para continuarem a tradição do anarco-sindicalismo militante. Este foi o último discurso feito em público.

Mandamos as nossas condolências à sua família.


O Secretariado da AIT