terça-feira, 4 de março de 2014

Guerra à guerra! Nem uma única gota de sangue pela “nação”!

Declaração internacionalista contra a guerra na Ucrânia



A luta pelo poder entre os clãs oligárquicos na Ucrânia ameaça transformar-se num conflito armado internacional. O capitalismo russo pretende utilizar a recomposição do poder no Estado Ucraniano de maneira a satisfazer as suas aspirações imperiais e expansionistas de longa data sobre a Crimeia e o leste da Ucrânia, onde detém fortes interesses económicos, financeiros e políticos.

Prevendo a próxima crise económica iminente, o regime tenta alimentar o nacionalismo russo para desviar a atenção dos problemas socio-económicos da classe trabalhadora que estão em crescimento: salários e pensões de miséria, o desmantelamento dos serviços de saúde existentes, a educação e outros sectores da área social. Com a explosão da retórica nacionalista e militante é mais fácil concluir a construção de um Estado autoritário e corporativo assente em valores conservadores reaccionários e em políticas repressivas.



Na Ucrânia, a crise económica e política aguda levou ao acentuar do confronto entre “velhos” e “novos” clãs oligárquicos e os primeiros utilizaram mesmo formações ultra-direitistas e ultra-nacionalistas para provocarem um golpe de Estado em Kiev. A elite política da Crimeia e do Leste da Ucrânia não tenciona partilhar o seu poder e os seus bens com os próximos dirigentes de Kiev e para isso julgam contar com a ajuda do governo russo. Ambos os lados recorreram a uma crescente histeria nacionalista, respectivamente ucraniana e russa. Tem havido confrontos armados e sangue derramado. As potências ocidentais têm os seus próprios interesses e aspirações e a sua intervenção no conflito poderia levar a uma Terceira Guerra Mundial.

A guerra entre chefes de grupo faz, como tem sido hábito, que lutemos entre nós, pessoas comuns – trabalhadores assalariados, desempregados, estudantes, aposentados… -,  pelos seus interesses. Embebedam-nos com a droga nacionalista, põem-nos uns contra os outros, fazendo-nos esquecer as nossas reais necessidades e os nossos interesses: não temos nada que nos preocupar com as suas “nações” quando temos problemas mais importantes e urgentes – como acabar com o sistema que eles encontraram para nos escravizar e nos oprimir.

Não vamos cair na embriaguez nacionalista. Que vão para o inferno com os seus Estados e as suas nações, as suas bandeiras e as suas sedes! Esta guerra não é nossa e nós não devemos cair nela, pagando com o nosso sangue os seus palácios, as suas contas bancárias e o prazer de se sentarem nas fofas cadeiras do poder. E se os chefes em Moscovo, Kiev, Lviv, Kharkov, Donetsk e Simferopol começarem esta guerra o nosso dever é resistir por todos os meios!

Não à guerra entre “nações” – Não à paz entre as classes !

KRAS, secção russa da Associação Internacional dos Trabalhadores
Internacionalistas da Ucrânia , Rússia, Moldávia, Israel, Lituânia, Roménia, Polónia
Federação Anarquista da Moldávia
Fracção dos socialistas revolucionários (Ucrânia)
(aberto à assinatura de outros colectivos…)

aqui: http://www.aitrus.info/node/3616

(Tradução para português retirada daqui:
http://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/03/03/comunicado-conjunto-de-varias-organizacoes-internacionalistas-da-russia-ucrania-e-moldavia-sobre-os-nacionalismos-russo-e-ucraniano/)