terça-feira, 6 de novembro de 2012

[Grécia] Chamada internacional de solidariedade com o caso da Luta Revolucionária para os dias 22, 23 e 24 de Novembro

A revolução social não é o passado, é antes sim o presente e o futuro do mundo.

Sobre a chamada de solidariedade e ação internacional

Como assembleia pelo caso da Luta Revolucionária e na sequência das ações de solidariedade com o mesmo, fazemos um apelo aberto a uma campanha de solidariedade, tanto a nível local, como internacional, para os dias 22, 23 e 24 de Novembro.

Decidimos romper com o muro de silêncio à volta do caso da Luta Revolucionária (L.R.) e demonstrar que os/as compas que se confrontam com um julgamento não estão sós, que o caso L.R. é o caso de todos/as nós e que está relacionado com a essência da luta em si mesma.
Convocamos, pois, os/as companheiros/as de todo o mundo a acionar e enviar a sua própria mensagem de Solidariedade e Luta.

O nosso objetivo é a ampliação das resistências dinâmicas com uma perspetiva revolucionária. A nossa meta é ampliar a luta pela subversão do existente, demonstrando a sua necessidade histórica e o significado que tem no presente, enquanto mostramos Solidariedade de facto com os/as companheiros/as que estão em julgamento.

O apelo internacional para três dias de solidariedade, contra-informação e ação pelo caso da L.R. é parte e continuação da guerra social e de classes pela subversão e Revolução. É justamente aí que se situa e se concebe historicamente, no seu todo, o caso da Luta Revolucionária.


Crónica do caso Luta Revolucionária

A 10 de Março de 2010, após um confronto armado com forças policiais, cai assassinado o companheiro anarquista Lambros Foundas. Nessa altura, a Grécia fica debaixo do controlo asfixiante da Troika, altura também em que Lambros Foundas, membro da organização Luta Revolucionária, perde a vida num tiroteio durante uma ação preparatória contra a elite política e económica que saqueia o planeta a nível global, que rapina e sangra a riqueza social, rebaixando a vida humana ao limite.

Um mês depois, num clima de terror-histeria, em Abril de 2010, no contexto de medidas preventivas para desarticular a organização L.R., detêm os/as anarquistas Kostas Gournas, Nikos Maziotis e Pola Roupa, os quais assumem a responsabilidade política da sua participação na organização. Ao mesmo tempo, são detidos também os anarquistas Vaggelis Stathopoulos, Christoforos Kortesis e Sarantos Nikitopoulos, que recusam categoricamente, desde o primeiro instante da sua detenção, a sua participação na organização, declarando que a sua perseguição está relacionada com a sua participação desde há muitos anos em projetos subversivos, a sua integração política no espaço anarquista/anti-autoritário e as suas relações de companheirismo.

Por participação na L.R., acusa-se também Kostas Katsenos, contra quem havia uma ordem de prisão pendente desde o momento das primeiras detenções. O sistema, ao querer dar um golpe definitivo na Luta Revolucionária, considerando esta uma ameaça, prolonga o seu ataque através destas detenções, para esmagar assím uma parte mais ampla do movimento subversivo.

No contexto desta expansão do ataque repressivo, 6 meses depois as autoridades chamaram, para declarações, dezenas de companheiros/as do espaço anarquista/anti-autoritário e familiares dos detidos/as.

O carácter vingativo destes mecanismos fica de novo demonstrado, chegando ao ponto de acusarem Marie Beraha, esposa de Kostas Gournas. A sua perseguição é uma clara ação vingativa contra Kostas Gournas, de modo a quebrar a sua posição combativa.

Desde 5 de Outubro de 2011 que se realiza, à porta fechada, numa ausência total de publicidade, o julgamento da Luta Revolucionária nos tribunais especiais das prisões Koridallos. Apesar dos media terem estado sempre dispostos a apoiar o ataque repressivo e a propaganda estatal, desta vez de maneira provocatória e tendo por trás uma ordem política, silenciam tudo o que seja relacionado com o julgamento do caso Luta Revolucionária.

Enquanto o regime leva a cabo um julgamento contra os seus oponentes políticos, com o objetivo de amordaçar qualquer mensagem de luta e distorcer o seu significado, os compas que assumiram a responsabilidade política da sua participação na L.R, defendem as ações e o plano político da organização, assim como o conjunto dos/as acusados/as, através das suas tomadas de posição, transformam as audiências em fortes ataques contra o sistema político-económico de miséria e exploração, contra o carácter das suas leis e os regimes especiais que impõem a todos/as que resistem combativamente.
Ter-se-á que esclarecer que atualmente nenhum(a) dos/as compas está encarcerado/a.

Vaggelis Stathopoulos, Sarantos Nikitopoulos e Christoforos Kortesis foram postos em liberdade após um ano de prisão preventiva por ordem do ministério público, enquanto que Kostas Katsenos, que se apresentou no julgamento, permaneceu 6 meses na prisão. Os/as membros da organização Lucha Revolucionária, Kostas Gournas, Nikos Maziotis e Pola Roupa foram libertos depois do terminus do limite máximo de prisão preventiva (18 meses). Nikos Maziotis e Pola Roupa não voltaram a apresentar-se no julgamento e encontram-se em fuga.

No momento em que se faz esta chamada o julgamento encontra-se na fase das declarações das testemunhas da defesa. Kostas Gournas, Nikos Maziotis e Pola Roupa, que assumiram a responsabilidade pela sua participação na L.R. já prestaram declarações. Os/as compas da Grécia e do estrangeiro demostraram, através das suas declarações, a importância da organização L.R. a nível político e histórico, defendendo a luta armada, a totalidade e o carácter amplo dos projetos revolucionários. Nos próximos dias declararão as testemunhas de defesa de Vaggelis Stathopoulos, Kostas Katsenos, Sarantos Nikitopoulos, Christoforos Kortesis e Marie Beraha, que negam a sua participação na organização mas demonstram a importância da luta e a necessidade de resistir.

Durante os dias da chamada internacional, calcula-se que os procedimentos do julgamento estarão próximo do momento das apologias dos/as acusados/as. Por isso, consideramos muito importante que os/as compas de todo o mundo enviem, à sua maneira, mensagens de solidariedade e resistência, para demonstrar que os/as compas em julgamento não estão sós, que a Luta pela derrocada deste mundo é sempre atual.

O caso da Luta Revolucionária enquadrado na situação social, económica e política na Grécia

Para entender o caso na sua totalidade, assim como a sua importância, devemos examinar o contexto histórico, social e político específico no qual o Estado se protege através das perseguições, detenções, prisões, leis especiais e tribunais especiais.

O julgamento do caso da L.R. está a dar-se num momento em que o regime se encontra em crise estrutural e caíram as máscaras democráticas. A ferocidade com que o atual regime se impõe nas nossas vidas não se diferencia muito das ditaduras do passado.

A cruel exploração e o controlo ampliado das nossas vidas são projetados como a única maneira de sair da crise, deixando obviamente intato o sistema qua a criou, a impôs e a estendeu a todos os aspetos da vida pessoal e social.

Atualmente, pois, o regime procura a exterminação e a exclusão políticas dos/as que lutam contra si, dos/as que resistem às suas maquinações, dos/as que trabalham para a sua derrocada.

Neste momento, na Grécia da crise e da dívida, a perspetiva revolucionária da subversão do regime é objetivamente necessária como se demonstra anteriormente. É o dinamismo e polimorfia das lutas o que estado tenta deter e amordaçar. E é a ideia de solidariedade que se pôs como objetivo e se põe agora à prova.

Algumas palavras sobre a cena internacional

Para além das características específicas que a Grécia tem nestes tempos de crise, seria um erro se víssemos o caso da Luta Revolucionária como um caso isolado na cena internacional. A crise não surge do nada, encontra-se no coração do sistema capitalista mundial, na forma de governo e da exploração económica que impõem os dominadores deste mundo.

Sabemos muito bem que este mundo nunca ofereceu nada aos/às que resistem de maneira dinâmica aos seus planos. Sabemos que a luta pela libertação humana e da sociedade foi sempre um caminho difícil. Sabemos que as relações entre os/as lutadores/as são riqueza e parte importante da essência da Luta e da sua realização. Que saibam todos/as pois, que os/as que lutam não estão sós.

Obriguemo-los a aprender que as leis especiais, os tribunais especiais e os regimes de detenção não podem travar a essência em si da Luta.

Contra as leis especiais, os julgamentos especiais e as condições de detenção especiais.
Solidariedade com todos/as os/as perseguidos/as pelo caso da L.R.
Solidariedade com todos/as os/as que lutam e os/as que persistem na atividade subversiva.
NEM ESQUECIMENTO NEM PERDÃO.
HONRA ETERNA AO COMPA ANARQUISTA LAMBROS FOUNDAS;
MEMBRO DA ORGANIZAÇÂO LUTA REVOLUCIONÁRIA

Assembleia pelo caso da Luta Revolucionária

Para se pôr em contato com a assembleia: RScase[arroba]espiv.net