sexta-feira, 22 de julho de 2011

Comunicado do CCL - Centro de Cultura Libertária

Companheiros e companheiras,

Ao longo dos últimos dois anos, o Centro de Cultura Libertária debateu-se com a ameaça de perder a sua sede devido a um processo de despejo movido pelo proprietário do edifício. Após ter sido condenado a abandonar as suas instalações, num julgamento realizado em 2009, o Centro de Cultura Libertária recorreu da sentença para o Tribunal da Relação. O resultado deste recurso foi favorável ao CCL e deu origem à marcação de novo julgamento.

No decorrer deste novo julgamento, conduzido pela mesma juíza que nos havia condenado anteriormente e a quem seria muito difícil fazer mudar a sua opinião inicial, surgiu a possibilidade de um acordo quanto ao aumento de renda. Após discussão sobre a possibilidade real de perdermos o nosso espaço ou garantirmos a existência deste através de um aumento significativo da renda do imóvel, decidimos que atendendo a todas as condicionantes, um acordo quanto ao aumento seria a melhor hipótese de garantirmos a existência futura de um espaço como o CCL.

Deste modo, no dia 2 de Maio do presente ano, foi assinado um acordo dando fim a um processo que para nós sempre se havia resumido a uma tentativa de rentabilização do imóvel por parte do proprietário, alugando-o por um preço bastante mais elevado do que o praticado até agora, deixando bem claro para todos (incluindo o Tribunal) que as intenções lucrativas tinham sido sempre o motivo desta acção de despejo.

Queremos acima de tudo deixar expresso nestas linhas, o nosso profundo agradecimento à solidariedade de todos @s companheir@s que nos apoiaram. Sem este apoio, dificilmente teríamos conseguido manter o nosso espaço até agora.

Recordamos que o Centro de Cultura Libertária é um ateneu cultural anarquista que, desde há 35 anos, está sedeado no número 121 da Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Tem sido um espaço único pela sua longevidade e pelo papel de preservação da memória histórica libertária que sempre desempenhou, mas também pela ligação afectiva que gerou nas várias gerações que por ele passaram, encontrando sempre nesta associação um espaço fundamental de pensamento, cultura e liberdade.

É assim que queremos continuar.

Viva a Anarquia!

Julho de 2011