quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um relato sobre Greve Geral de 24 de Novembro: Acções da AIT-SP em Lisboa e no Porto

Esta foi a primeira greve geral convocada conjuntamente pela CGTP e pela UGT nos últimos 22 anos e isto, por si só, deveria lançar alguma luz sobre a situação social neste país. De facto, a conflitualidade social em Portugal é bastante baixa e o número de greves tem vindo mesmo a descer nos últimos 30 anos, apesar da degradação da situação da classe trabalhadora. As taxas de sindicalização também tendem a baixar, dado que as duas principais centrais sindicais portuguesas, controladas por partidos políticos, servem mais para tranquilizar e conter os conflitos do que para lutar contra a exploração, e isto não tem passado despercebido.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Cimeira da NATO em Lisboa: Nas vésperas da Greve Geral, o terror do Estado impôs-se sobre o protesto autónomo

A Cimeira da NATO, realizada nos dias 19 e 20 de Novembro em Lisboa, poucos dias antes da Greve Geral de 24 de Novembro, foi objecto de um conjunto de acções e manifestações de protesto, contra os quais foi mobilizado um conjunto inédito de meios policiais. A contestação contra a NATO e a guerra ficou claramente marcada pela divisão entre o protesto “autorizado” e “não autorizado” e pela separação preventiva entre meios de protesto ditos “violentos” e “não-violentos”.

Para além do conjunto de acções e pequenas manifestações que decorreram sobretudo entre o dia 18 e o dia 21, destacamos dois protestos que tiveram lugar no dia 20.
Um destes protestos foi a acção levada a cabo na manhã de dia 20 nas imediações do Parque das Nações, na qual várias dezenas de activistas bloquearam durante algum tempo, com os próprios corpos, uma das vias de acesso ao local de realização da cimeira. Em resultado desta acção foram detidas 42 pessoas, que foram levadas para o tribunal de alta-segurança de Monsanto, situado num local isolado e afastado do centro de Lisboa, onde permaneceram largas horas sem direito a falarem com um advogado.

Outro protesto, que destacamos, foi a manifestação realizada durante a tarde na Avenida da Liberdade, no centro de Lisboa, na qual terão participado cerca de 30 mil pessoas. Esta manifestação, “autorizada”, foi convocada pela plataforma “Paz Sim, NATO Não”, composta por cerca de 100 organizações com predominância do Partido Comunista Português e de sindicatos da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses). Para o mesmo local e hora foi lançada uma convocatória da Plataforma Anti-Guerra Anti-NATO (PAGAN), responsável pela organização, entre outras iniciativas, de uma contra-cimeira no Liceu Camões. As cerca de 500 pessoas que acudiram a esta convocatória, “não autorizada”, foram tratadas pelas autoridades e pelo serviço de ordem da manifestação “autorizada” como um perigo público, isoladas do resto da manifestação e cercadas por três linhas de polícias do Corpo de Intervenção, que impediram, ao longo do percurso, que qualquer pessoa entrasse ou saísse do quadrado a que estavam confinadas.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Àcerca do "Ano Europeu contra a Pobreza"

CONTRA AS DESIGUALDADES SOCIAIS CONTRA O CAPITALISMO E O ESTADO – RESISTAMOS!!!
                            
Assinalou-se hipocritamente o ano de 2010 como “ano europeu de combate  à pobreza  e à exclusão social”... Dever-se- ia antes assinalá-lo como ano do AUMENTO das DESIGUALDADES, do AUMENTO DA DOMINAÇÃO, DA MENTIRA E  DA EXPLORAÇÃO DAS PESSOAS E DO PLANETA – factores ESSES que geram a pobreza!… Falamos da gritante desigualdade entre uma minoria de privilegiados e a imensa maioria dos pobres ou em vias de pobreza. Falamos das desigualdades entre países ricos e países pobres  – por exemplo, os do hemisfério Sul – MAS, SOBRETUDO, falamos das desigualdades  em TODOS os países e Estados, entre a elite de privilegiados e os próprios povos, a quem as “ajudas económicas” dos “grandes” (FMI, BANCO MUNDIAL, etc.) nunca chegam – embora cheguem sempre os efeitos  das dívidas que os próprios governos fazem recair sobre o “seu” povo… Falamos, enfim,  de todas as relações de DOMINAÇÃO entre governantes e governad@s, e de EXPLORAÇÃO desenfreada, tanto das pessoas como do planeta Terra, por uma minoria de gestores e políticos no topo das máquinas financeiras, das grandes empresas multinacionais e dos aparelhos de Estado…
                                                         
 Os mesmos que nos enchem os ouvidos com discursos de “paz social”, "concertação”, “consenso” e “coesão social” tentam convencer a opinião pública de que tudo isso é possível com as actuais gritantes DESIGUALDADES SOCIAIS… Deveremos então entender esses apelos à “coesão social” como apelos ao SILÊNCIO, à MORDAÇA, à DOMESTICAÇÃO e ao CONFORMISMO com as desigualdades, de todos aqueles que mais sentem  e ressentem  as “crises” dos tempos presentes (reajam já contra elas ou ainda não)… Tais  apelos, vindos dos poderes, equivalem à “PAX” do  Império Romano, a “paz” imposta à custa da espada e do chicote sobre @s dominad@s…
  

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Proposta Anarco-Sindicalista – Apresentação de programa e proposta de organização local e regional

Texto para debate alargado proposto pelo Núcleo do Porto da AIT-Secção Portuguesa.


1. DO TEXTO DE APRESENTAÇÃO DO DEBATE NAS “JORNADAS ANARQUISTAS E ANARCOSINDICALISTAS” Porto - Out.2010
“A quant@s vêem no Anarquismo e no Anarco-sindicalismo umas relíquias inúteis do passado, a realidade actual (…) desmente essa visão redutora e falsa(...) . Os inúmeros “sites” e publicações libertárias, a recente vitória laboral e judicial da FAU (secção alemã da A.I.T anarco-sindicalista) em Berlim, o avanço e alargamento da actividade da CNT anarco-sindicalista e das juventudes anarquistas (FIJA) no território do Estado espanhol, a implantação das organizações específicas anarquistas em lutas populares na América latina e em África, as Feiras do Livro e Medias anarquistas (Galiza, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Sérvia, Portugal …), com a divulgação de centenas de publicações, entre tantas outras actividades e lutas, fazem hoje do Anarquismo (nota: o SOCIAL e não o meramente “filosófico“ou “existencial”) e da sua expressão laboral, o ANARCOSINDICALISMO, algo mais do que apenas um “morto recalcitrante” como desejariam os seus detractores.”