sábado, 19 de dezembro de 2009

Apelo urgente à solidariedade internacional contra a “ilegalização” da FAU Berlim

Desde o dia 11 de Dezembro de 2009, a FAU berlinense  (Freien ArbeiterInnen Union, secção alemã da AIT) está proibida de exercer actividade sindical. A sentença foi emitida sem que a FAU de Berlim tivesse conhecimento das medidas legais adoptadas pela Neue Babylon Berlin GmbH, empresa com a qual mantém um conflito laboral há vários meses. A sentença não se limita a privar a FAU-Berlim dos seus direitos sindicais no conflito com o cinema Babylon. A partir de agora a FAU-Berlim está proibida de se autodenominar “sindicato”!


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Começa a farsa judicial contra os 11 processados do 25 de Abril de 2007


No passado dia 7 de Dezembro, num tribunal completamente ocupado pela polícia, começou o julgamento das onze pessoas detidas na “manifestação anti-autoritária contra o capitalismo e o fascismo" de 25 de Abril de 2007. Estas onze pessoas são acusadas de “agressões, injúrias agravadas e desobediência civil” e podem ser condenadas a penas entre os 6 meses e os 5 anos de prisão.

A primeira sessão do julgamento realizou-se no dia 7 de Dezembro pela manhã, no entanto serviu quase só para que o juiz adiasse o julgamento para 22 de Janeiro devido a uma falha do tribunal nas notificações aos acusados. Também foram marcadas as sessões para a audição dos arguidos e das testemunhas, que se prolongarão pelos próximos quatro meses.

Incrivelmente, o Campus de Justiça de Lisboa foi completamente ocupado por polícias de uniforme e à paisana, numa gigantesca operação destinada a intimidar os arguidos e a dissuadir qualquer forma de protesto. Funcionários do Tribunal tentaram impedir ilegalmente o acesso a quem queria assistir ao julgamento e, nas proximidades do Tribunal, os transeuntes eram identificados e revistados. Apesar deste aparato policial, 30 bravos companheiros concentraram-se com uma faixa em frente do campus judicial, situado no meio de um complexo comercial, numa das zonas mais ricas de Lisboa.

Devemos sublinhar que, apesar da campanha contra os “anarco-radicais” que a polícia empreendeu na imprensa nos últimos dois anos, com episódios repugnantes de exposição e difamação dos processados, nem um só representante da imprensa burguesa compareceu para fazer a reportagem do julgamento. O tribunal mediático já ditou a sua sentença, agora há que consumar a farsa judicial em segredo...

Porque estamos totalmente solidários com as motivações e conteúdo da manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007 e porque qualquer um de nós podia ser processado neste julgamento, fazemos um apelo à solidariedade contra esta farsa judicial que terá lugar no Campus de Justiça do Parque das Nações em Lisboa ao longo dos próximos meses.
     
A origem deste processo remonta à repressão policial da manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007.  Pode-se obter mais informação nos links seguintes:

+ Solidariedade com as 11 pessoas detidas na manifestação anti-autoritária contra o fascismo e o capitalismo de 25 de Abril de 2007  -

 + 25 de Abril de 2007: Solidariedade contra a farsa judicial montada em torno das onze pessoas que vão a julgamento dia 7 de Dezembro

Vídeo da manifestação e da repressão policial de 25/04/2007: http://www.youtube.com/watch?v=qCDm-iltV1w

Fotos: http://galerias.escritacomluz.com/ajlborges/album06  e  http://cravadonocarmo.wordpress.com/fotografias/


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Solidariedade activa com sem-abrigo e desempregad@s no centro do Porto

Mais de 40 pessoas sem-tecto estão desde há alguns meses abrigadas nas ruínas do antigo "Mercado do Anjo", Praça de Lisboa, junto à torre dos Clérigos, no Porto. A maioria ocupa antigas lojas daquele centro comercial, já sem vitrinas, e ainda que abrigados da chuva resistem como podem ao frio. Alguns ganham a vida como arrumadores de carros - a quem a Câmara do Porto prometeu há muito arranjar "alternativas à rua" -, outros trabalham no que podem e a maioria são desempregados: há gráficos, operários de construção, motoristas, padeiros, empregados de mesa, etc., DESEMPREGADOS.

Numa reunião na última sexta-feira na "Mesa Comum", da iniciativa MPDP (Movimento Popular de Desempregad@s e Precári@s) e do núcleo local da AIT-SP, na Terra Viva!AES, onde participaram uma dúzia de ocupantes do "Mercado do Anjo", bem como nalgumas visitas que alguns de nós fizemos ao local, demo-nos conta de algumas das necessidades mais urgentes dos ocupantes daquele espaço:
- cobertores e roupa de cama para combater o frio;
- comida quente (já que na maior parte das vezes as pessoas se alimentam de "kits" alimentares distribuídos por carrinhas de algumas organizações caritativas e refeições frias);
- EQUIPA VOLUNTÁRIA de ACESSORIA JURÍDICA E SOCIAL - no sentido de apoiar o acesso a direitos e medidas de apoio social, laboral, médico-sanitário, etc...

Na reunião/encontro da passada sexta-feira, conjuntamente com sem-tecto, desempregados e precários, jovens voluntários e activistas sociais, foi decidido:
1 - Reforçar os laços de solidariedade entre desempregados, precários, sem-abrigo e voluntários, independentemente da origem nacional ou étnica (parte das pessoas são desempregados ou precários imigrantes);
2 - Preparar um próximo ENCONTRO PÚBLICO de VISIBILIDADE e SOLIDARIEDADE de SEM-TECTO e DESEMPREGAD@S e PRECÁRI@S;
3 - Apelar a colectivos e associações para secundarem nas suas zonas a ideia da "Mesa Comum"* de forma a se viabilizar a curto prazo uma rede local de "Mesas Comuns"ou Cozinhas Populares gratuítas para quem necessite.

- Reunião de trabalho com alguns voluntários ficou marcada para próxima terça-feira às 16.00 horas na sede da Terra Viva!AES [contactar para os números ou e-mail abaixo].

- As dádivas de cobertores e roupa de cama bem como a oferta de voluntariado solidário podem ser feitas na sede da Terra viva!AES, na Rua dos Caldeireiros, 213 -Porto, à Cordoaria, terças, quintas e sextas, das 17 às 20 horas.

CONTACTOS E MAIS INFORMAÇÕES: 223324001 - 967694816 - terraviva@aeiou.pt

Repassa - Divulga - Solidariza-te!

*a funcionar desde Fevereiro passado na Terra Viva!AES, semanalmente, com alimentos gratuítos doados por algum pequeno comércio alimentar da zona e vendedeiras do Bolhão -mas com capacidade limitada a um máximo de 25-30 pessoas)


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Em Badajoz: Solidários com os processados de 25 de Abril de 2007


Notícia de uma acção de protesto contra o julgamento dos 11 acusados da manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007 publicada no blog Badajoz Libertária:


Solidarixs con lxs 11 de Lisboa

Hoy, día 7 de diciembre, la Coordinadora Antifascista de Extremadura ha salido a la calle para informar a la gente sobre el caso de los 11 compañeros detenidos en Lisboa durante una manifestación antifascista y anticapitalista, y para solidarizarse con ellos en este día en que están siendo juzgados por el Estado portugués. Han repartido octavillas y desplegado una pancarta en el parque de San Francisco, para después proceder a la lectura del manifiesto de apoyo, repitiéndose este mismo acto en la plaza del ayuntamiento.

Manifiesto:

Farsa judicial en portugal

Hoy, 7 de diciembre, en Lisboa juzgan a 11 personas por expresar su rechazo al fascismo y el capitalismo en una manifestación durante el pasado 25 de abril de 2007. Acusados de “agresión, injuria agravada y desobediencia civil”, en realidad han sido detenidos aleatoriamente entre los manifestantes con el único objetivo de coger a once cabezas de turco mediante los que reprimir el movimiento popular portugués.

En el Estado vecino, durante los últimos años, el incremento de organizaciones sociales y políticas de extrema derecha (es representativo el aumento del peso mediático del partido fascista PNR) ha alarmado a muchas personas. Debido a este auge, se convocó una manifestación para el día 25 de abril de 2007, cuyo mensaje era claro: “contra o fascismo, mas também contra o capitalismo e contra toda a autoridade”. Varios cientos de personas se concentraron en la Praça da Figueira y marcharon en dirección al Chiado. Cuando la manifestación acabó, contaba con mas de 500 personas, en un ambiente formidable, llenando la plaza de Largo de Camões. Entonces, un grupo de 150 manifestantes cometió la imprudencia de volver a descender el Chiado en dirección a Rossio, y cuando se encontraban en la Rua do Carmo, el Cuerpo de Intervención de la Policía de Seguridad Pública (PSP) y varios policías de paisano cortaron la vía a ambos lados. Sin aviso previo ni orden de dispersión, comenzaron a cargar contra los manifestantes, sin que hubiera en ningún momento intención de dispersar la manifestación. La policía atacó a los manifestantes y continuó golpeando brutalmente a los que caían al suelo. Otros fueron perseguidos por las calles limítrofes y ni siquiera algunos transeúntes y turistas escaparon a la violencia policial.

Ese día se conmemoraba el fin de la dictadura fascista en Portugal y, paradójicamente, fue uno de los días en los que no quedaron dudas sobre la verdadera cara de la democracia. Para justificar la brutal actuación policial en este día simbólico, el Partido Socialista Portugués [Este é provavelmente um erro na tradução da sigla PSP por parte dos nossos companheiros extremenhos. Deve então ler-se "Polícia de Segurança Pública" e não "Partido Socialista Português"] montó una campaña de desinformación a través de los medios de comunicación, pintando a los manifestantes como peligrosos y a la actuación policial se la declaró dentro de los principios de la “legalidad, proporcionalidad y adecuación”.

Once de los manifestantes fueron detenidos aleatoriamente durante la carga policial y han sido acusados de agresiones e injurias contra esos mismos policías que tan brutalmente actuaron. Ante esta farsa judicial, estos compañeros antifascistas, luchadores por la libertad, necesitan nuestra solidaridad. Hoy los juzgan en Lisboa, pero desde Badajoz mostraremos nuestro apoyo.

Ante la represión, el fascismo y el capital, ¡nuestra fuerza, la solidaridad!

Coordinadora Antifascista Extremadura
Sección Badajoz


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Concentração em Cacilhas contra o despejo do Centro de Cultura Libertária - 11 de Dezembro


Concentração
Contra o despejo do Centro de Cultura Libertária
11 de Dezembro - 18h
Largo Alfredo Diniz (à saída dos barcos) - Cacilhas






Texto dirigido à população de Cacilhas:


Contra o despejo do Centro de Cultura Libertária!


O Centro de Cultura Libertária é um ateneu cultural anarquista que, desde há 35 anos, está sedeado no número 121 da Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Tem sido um espaço único pela sua longevidade e pelo papel de preservação da memória histórica libertária que sempre desempenhou, mas também pela ligação afectiva que gerou nas várias gerações que por ele passaram, encontrando sempre nesta associação um espaço fundamental de pensamento, cultura e liberdade.

O Centro de Cultura Libertária foi fundado logo após o 25 de Abril de 1974 por velhos militantes anarquistas que resistiram à ditadura, tais como Francisco Quintal, Jaime Rebelo, Adriano Botelho, Sebastião de Almeida ou José Correia Pires, antigo prisioneiro do campo de concentração do Tarrafal e homem ligado ao associativismo em Almada. Desta forma, este espaço esteve, desde a sua origem, ligado à tradição de apoio mútuo e luta pela liberdade que sempre encontrou terreno fértil na cidade de Almada.

O Centro possui uma biblioteca e um arquivo únicos em Portugal, com material editado ao longo dos últimos cem anos, assim como uma livraria de cultura libertária. Durante a sua existência, o Centro acolheu várias actividades culturais, tais como debates, passagem de vídeos, exposições ou diversos ateliers. Diferentes publicações aqui se editaram, como o jornal “Voz Anarquista” nos anos 70, a revista “Antítese” nos anos 80, o “Boletim de Informação Anarquista” nos anos 90 e a revista “Húmus”, mais recentemente.

Em Janeiro de 2009, foi instaurada por parte do proprietário do edifício uma acção de despejo contra o Centro de Cultura Libertária. Esta acção foi contestada por vias legais, o que deu lugar a um julgamento que decorreu entre Setembro e Outubro. No dia 2 de Novembro, foi emitida a sentença que resultou na resolução do contrato de arrendamento, tendo sido dados 20 dias ao Centro para abandonar as suas instalações. O Centro recorreu desta sentença, de forma a suspender a ordem de despejo, encontrando-se neste momento a aguardar nova decisão judicial.

Na decisão do tribunal, não foram tidas em conta as testemunhas do Centro, incluindo dois vizinhos, tendo sido todo o crédito concedido às acusações do proprietário quanto ao suposto ruído que o centro produziria e à realização, por parte do mesmo, de pretensas festas que se prolongariam pela madrugada. O ruído que o Centro produz é apenas aquele que se pode esperar de uma associação durante o seu normal funcionamento e não justifica, de modo algum, uma acção de despejo. As condições de insonorização do prédio são, essas sim, muito más e constituem a causa do desconforto sentido pelas pessoas que moraram por baixo do Centro. O senhorio, contudo, nada fez, ao longo dos anos, para tentar solucionar esse problema.

A motivação do senhorio, proprietário de vários prédios e pensões na região de Lisboa, é clara: despejar uma associação que paga uma renda mensal baixa (52,50 euros) e cujo contrato só pode ser rescindido através de uma acção de despejo, abrindo assim o caminho à rentabilização do imóvel, alugando-o por um preço bastante mais elevado do que o praticado até agora.

O papel do tribunal é, também ele, bastante claro: defender o interesse dos proprietários e a propriedade privada, alicerces deste sistema baseado na desigualdade e na ganância.

Só nos foi possível suportar os elevados custos judiciais devido ao apoio de muitas pessoas que se solidarizaram com a importância que este espaço representa tanto a nível local como a nível nacional. Muitos inquilinos, confrontados com um processo semelhante, não teriam sido capazes sequer de enfrentar o senhorio em tribunal, por não terem condições para suportar as despesas. Para eles, um processo destes significaria, automaticamente, o despejo, nada podendo apelar à “Justiça” dos Tribunais.

À semelhança dos/as companheiros/as que lutaram para que este espaço existisse, resistiremos uma vez mais, e NÃO perderemos o CCL nem às mãos dos tribunais, nem da especulação imobiliária nem por nada. Apelamos, por isso, à solidariedade de todos aqueles e aquelas que também sentem que este espaço, parte integrante da identidade e da memória histórica de Cacilhas, deve continuar onde sempre esteve.

Continuaremos a lutar, com o vosso apoio e solidariedade, para que este espaço continue!

Centro de Cultura Libertária
23 de Novembro de 2009





http://culturalibertaria.blogspot.com/