quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Trabalhador/a, o boicote não é contra ti!



Como já deves saber, foi lançado um apelo de boicote à Padaria Portuguesa devido às declarações feitas por um dos teus patrões, o Nuno Carvalho, que atacou sem vergonha a dignidade de todos e todas nós trabalhadoras, em entrevista à SIC Notícias.

O objetivo aqui não é que percas o teu emprego, e duvidamos que isso venha a acontecer. Porém, se te começarem a ameaçar e a assediar, se te prejudicarem ou tentarem te despedir, não deves ficar calado, isolado e engolir. Da mesma forma que estamos unidos neste boicote, estamos unidos para nos levantarmos por ti assim que for necessário.

Incentivamos-te a denunciar qualquer situação de exploração laboral de que tenhas conhecimento, atual ou passada, especialmente em relação à Padaria Portuguesa. Iremos manter o anonimato. E se tu e qualquer um dos teus colegas se quiser organizar contra qualquer situação e exigir o que merecem, podem contar connosco para ajudar.

Contacto: ait.lisboa@gmail.com

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Chamada de Solidariedade Internacional: Despedimentos na Roménia


Envia um email para pressionar os patrões a parar com os despedimentos forçados!

Enviar para: delia.ruja@delonghiromania.ro ,  investor.relations@delonghigroup.com

Assunto: Solidarity with the workers from Jucu, Cluj, Romania

Corpo do texto: We demand that DeLonghi stop immediately with their abusive tactics and treat their employees fairly.


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Tradução do apelo da iniciativa anarco-comunista/sindicalista romena Ravna e da comunidade Mahala:

Chamada de solidariedade internacional!

Descobrimos através das trabalhadoras que se juntaram à greve selvagem do final do ano passado que a gerência da fábrica da De’Longhi na cidade de Jucu, concelho de Cluj, continuam a forçar os empregados a assinar resignações como penalidade pelas suas ações.

Uma curta cronologia dos eventos

Uns dias antes das férias de inverno, 21 dos 23 trabalhadores da linha de produção Brown começaram uma greve selvagem em que exigiam receber os bónus prometidos a todos os trabalhadores da fábrica. No começo da greve, o patrão (através do pessoal do departamento de recursos humanos e dos superiores) pediram aos trabalhadores em greve que deixassem as facilidades da fábrica. Durante a greve as mulheres trabalhadoras receberam ameaças,  dizendo-lhes que ião sofrer com as consequências das suas ações ao serem despedidas.

A atividade na facilidade de Jucu ficou parada durante toda a época das férias de inverno. Depois de 1 de Janeiro, as mulheres trabalhadoras voltaram ao trabalho, para descobrir que tinham sido todas redistribuídas noutras linhas e turnos de forma a que não pudessem voltar a comunicar umas com as outras. Basicamente, o patrão (através dos seus representantes) tentou quebrar o grupo de trabalhadores que expressaram a sua desaprovação quanto à existente desigualdade.

No dia 17 de Janeiro, 5 dos trabalhadores que participaram na greve foram chamados, um de cada vez, para discutir com os representantes do departamento de recursos humanos e outros superiores administrativos. Então, no final de uma conversa em que os trabalhadores se sentiram intimidados, cada um recebeu um documento para assinar. O documento não podia ser lido sendo que o conteúdo estava a ser tapado deliberadamente pela mão da pessoa que propunha que o assinassem, e o conteúdo também não foi expresso por palavras faladas. Só depois de os terem assinado é que os trabalhadores foram informados de que já não eram empregados daquela empresa.

Mais tarde, outro trabalhador “preencheu a resignação” (na verdade foi obrigado a fazê-lo), desta maneira não respeitam a dignidade dos trabalhadores, nem a sua liberdade para escolher se desejam resignar ou não – o que é um direito fundamental do código de trabalho e dos contratos de trabalho individuais.

A 19 de Janeiro, a nossa comunidade enviou uma carta à gerência da companhia De’Longhi exigindo que parassem com estas táticas abusivas, mas não recebemos nenhuma resposta. Novamente, quarta-feira dia 25 de Janeiro, dois trabalhadores encontraram-se na posição de serem forçados a despedir-se contra a sua própria vontade.

Considerando tudo o que tem acontecido, pensamos que esta é uma boa oportunidade para exigir directamente aos patrões que parem com as tácticas deploráveis que infligem a dignidade dos trabalhadores, e mais importante, que parem de forçá-los a demitirem-se dos seus empregos. Este tipo de tácticas são sem qualquer sombra de dúvida ilegais, abusivas, e imorais, e os assinantes desta carta continuarão a oferecer a sua solidariedade aos trabalhadores perseguidos por esta empresa.

Para seres solidário ou solidária com os e as trabalhadoras, podes tu também dizer à gerência da De’Longhi Romania para tratar os seus empregados com respeito, satisfazer todas as suas demandas, e para parar imediatamente com as suas táticas abusivas, através do seguinte e-mail e número de fax:

De'Longhi Romania Bucuresti | Telefone/Fax: + 4021.352.33.08/10

                              Website: delonghi.ro

                       Cluj | Telefone: +40 364 137300
                               Fax: +40 364 137301
                               E-mail: delia.ruja@delonghiromania.ro

Solidariedade e Saudações de,
Mahala - Comunidade de Militantes Trabalhadores
Ravna - organização anarco-comunista

Boicote à Padaria Portuguesa



Boicote à Padaria Portuguesa

O núcleo de Lisboa da AIT-SP apoia o boicote à Padaria Portuguesa e incentiva também que qualquer trabalhador ou trabalhadora da mesma nos contacte caso queira denunciar qualquer situação de exploração laboral.

A AIT-SP vê este boicote que emerge da revolta popular face às declarações do patrão Nuno Carvalho não como um boicote a apenas este mas um boicote a todos aqueles que ousam explorar a classe trabalhadora e saem impunes e enriquecidos. Da sanguessuga capitalista não se espera outra coisa se não a defesa dos seus interesses: despedimentos fáceis, trabalhadores dóceis que se submetam a trabalhar as horas necessárias para manter o emprego, ganha o mais submisso!

Nuno Carvalho dizia em entrevista à SIC Notícias que as medidas que este governo tomava eram medidas de curto prazo, que só interessavam aos políticos. Que precisávamos de medidas de longo prazo... Ora nem mais. Mas em vez de liberalização do mercado de trabalho, precisamos mais é de organização de base, combativa e resistente, face a quem nos atormenta.

Ataquemos onde lhes dói mais: nos bolsos!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Assim não dá!


Quando o teu patrão te pisa, não te está a explorar só a ti; está a atacar-nos a todos e todas nós, trabalhadores e trabalhadoras. Quando o teu patrão te pisa, não o tens de enfrentar sozinh@.
Na AIT-SP encontrarás pessoas como tu dispostas a lutar contigo pelos teus direitos, pelos nossos direitos, e mais do que isso, uma sociedade onde não haja espaço para a exploração do Homem pelo Homem.
A AIT-SP é uma organização sindical horizontal, com núcleos em Guimarães, Lisboa e Porto, de solidariedade entre a classe trabalhadora, sem chefes e burocratas do sindicalismo.
Mesmo que não estejas perto duma destas regiões, estamos disponíveis para partilhares o teu caso laboral connosco, e faremos os possíveis para te ajudar.
aitport@riseup.net

18 de Janeiro de 1934


Em 18 de Janeiro de 1934, os trabalhadores portugueses, organizados na antiga CGT - Confederação Geral do Trabalho (anarco-sindicalista) e noutras organizações , levantavam-se num movimento de resistência e protesto contra as novas leis do governo salazarista que pretendia proibir os sindicatos livres, obrigar os trabalhadores a entregarem os haveres das suas organizações ao Estado, proibir qualquer resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista, e obrigá-los a integrarem-se em ditos “sindicatos corporativos” controlados pelas autoridades salazaristas e pelo patronato.
Este movimento, derrotado apesar da atitude heróica dos trabalhadores, saldou-se em fuzilamentos sumários, numerosas prisões, na inauguração do campo de concentração do Tarrafal - onde morreram muitos dos combatentes mais decididos da classe operária - e no reforço da ditadura fascista, que duraria até ao 25 de Abril de 1974.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Um camarada deixou-nos



Lamentamos a morte do militante anarquista e membro da CNT Espanha, José Luis Garcia Rua. Garcia Rua faleceu pacificamente na manhã de sexta, dia 6 de Janeiro, com 93 anos. Rua nasceu em 1923 nas Astúrias, Espanha. O seu pai tinha sido membro da CNT, morrendo na frente de Oviedo durante a Guerra Civil. Em 1939, foi forçado ao exílio em França, eventualmente acabando num campo de concentração de Argelers e Barcarés, no entanto conseguindo voltar um ano depois.

Garcia Rua começou a sua carreira enquanto académico, mas trabalhou na construção, minas e metais. Envolveu-se com a atividade anti-franquista e foi reprimido pelo seu papel numa greve de mineiros. Perdeu o seu trabalho na academia durante algum tempo, porém tornou-se professor de filosofia na Universidade de Granada nos anos 70,. Em 1977, depois da morte de Franco, foi escolhido Secretário da região Andalusa da CNT, uma posição em que esteve duas vezes. Entre 1986-1990, serviu como Secretário Geral da CNT e de 1997-2000, como Secretário Geral da AIT-IWA.

É autor de numerosos artigos e livros, ambos relacionados com anarco-sindicalismo tal como os seus interesses académicos. No 1º de Maio de 2016, deu um discurso apaixonante sobre a Associação Internacional dos Trabalhadores, pedindo aos camaradas para continuarem a tradição do anarco-sindicalismo militante. Este foi o último discurso feito em público.

Mandamos as nossas condolências à sua família.


O Secretariado da AIT

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Declaração do XXVI Congresso da AIT

XXVI Congresso da AIT, em solidariedade com os camaradas da PPAS na Indonésia

Declaração do XXVI Congresso da AIT

De dia 2 a 4 de Dezembro de 2016 realizou-se um congresso da AIT com grande participação, em Varsóvia, Polónia, onde se decidiu continuar a reafirmar os objetivos, táticas e princípios da AIT e o empenho de fortalecer e expandir a internacional.

O congresso aprovou a criação de grupos para formação de organizadores nos locais de trabalho e actividades sobre estratégia para o local de trabalho. Também foi decidido organizar eventos promocionais pelo mundo fora, para facilitar a disseminação das nossas ideias e encorajar os trabalhadores e as trabalhadoras a juntarem-se às nossas fileiras.

O congresso também desfrutou de um número de novas afiliações e, infelizmente, desafiliações.

A CNT, FAU e USI foram desafiliadas como resultado do seu desprezo consciente pelos processos, estatutos e quotas da AIT. Os atentados divisivos e destrutivos do Comité Confederal da CNT em cumplicidade com a FAU e USI não são nada mais que um ataque aos princípios, às táticas e aos objetivos centrais da IWA-AIT e do anarco-sindicalismo.

Denunciamos duramente as suas tentativas de se apropriar do nome da AIT e de criar uma organização paralela à AIT.

Reconhecemos o conflito interno dentro da CNT. Temos recebido declarações de apoio dirigidas ao congresso de cerca de 40 sindicados locais de Espanha (tanto de atualmente filiados como antigos membros da CNT), e também atenderam ao congresso um número de observadores destes e outros sindicatos que estão preocupados com os desenvolvimentos dentro das suas organizações.

Continuamos em solidariedade e incentivamos aqueles e aquelas que estão a lutar e a organizar-se contra a exploração para se juntarem a nós.

Adotado pelo Congresso, 4 de Dezembro, 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Morreu o anarquista algarvio Júlio Carrapato, cidadão do mundo

julio carrapato
Chega-nos a notícia da morte de Júlio Carrapato. O anarquista algarvio, tradutor, livreiro, editor, professor universitário, mas sobretudo um homem que gostava da vida e da liberdade, morreu esta terça-feira em Faro e o seu corpo será autopsiado esta quarta-feira, não se sabendo ainda quando terão lugar as cerimónias fúnebres
Júlio Carrapato (1947- 2016) esteve ligado ao grupo “Acção Directa”, nutrindo especiais relações de proximidade com elementos deste grupo forjadas em Paris, onde vários dos seus elementos estiveram refractários à guerra colonial; pertenceu depois ao grupo “Apoio Mútuo”, de Évora, onde foi professor nos primeiros tempos da Universidade; criou mais tarde o jornal “O Meridional”, um dos ícones da imprensa libertária pós 25 de Abril.
Regressando a Faro, de onde era natural, abriu a livraria e as edições Sotavento. Entretanto, e posteriormente, traduziu diversos clássicos da literatura anarquista: “O Povo em Armas”, de Abel Paz; “O Ladrão”, de George Darien, entre outros, e escreveu um conjunto vasto de livros em que se destacam: “Resposta de Um Anarquista aos Últimos Moicanos do Marxismo e do Leninismo, assim como aos inúmeros Pintaínhos da Democracia”, “Novas Crónicas Bem Dispostas”, “Os Descobrimentos Portugueses e Espanhóis ou a Outra Versão de uma História Mal Contada”, “Para uma Crítica Libertária do Direito seguido de A Lei e a Autoridade”, “Subsídios para a Reposição da Verdade sobre a Guerra Civil de Espanha”.
Há um par de anos foi operado a um cancro do pulmão. Morre agora uma das vozes mais inconformadas e irreverentes do anarquismo português do pós-25 de Abril, capaz das maiores polémicas em torno dos valores do anarquismo – e da necessidade de separação de águas relativamente ao marxismo e aos vários esquerdismos que gravitavam à sua volta – mas sempre fortemente solidário com todos os que se reivindicavam da prática anarquista pura e dura, sem quaisquer cedências ao politicamente correcto.
Capturar
Jornal “O Meridional”
Em Abril de 1978 começou a publicar-se em Faro, com sede na Praça Alexandre Herculano, o jornal “O Meridional”, que se apresentava como um “mensário algarvio”. Em todo o cabeçalho não havia uma única identificação de que este era um jornal anarquista da primeira à última das suas 10 páginas. Tendo como seu principal redactor Júlio Carrapato, “O Meridional” caracterizou-se por textos longos, sem imagens ou fotografias, bem escritos e muito contundentes para a realidade circundante, poucos anos depois da “instauração da democracia”.
“O Meridional”, publicou-se durante um escasso período de tempo, mas teve uma grande influência nos meios anarquistas devido aos textos de autores (então desconhecidos entre nós) que publicava, à for- ma aguerrida como tratava as questões que, então, estavam na ordem do dia, não poupando nas críticas fosse à direita ou à esquerda e também devido a algumas entrevistas, muito completas, com Juan Gomez Casas (o biógrafo de Durruti e primeiro secretário-geral da CNT após a queda do franquismo), com Simon Leys ou Emídio Santana.

domingo, 8 de maio de 2016

1º de Maio: Fotos + Texto 'Estudantes na Luta!'



O 1º de Maio Combativo partiu da Praça do Rossio, passando pelo Pingo Doce denunciando a exploração praticada pelo grupo Jerónimo Martins, pelo McDonalds, e terminando em assembleia no ponto de partida.

1º de Maio Combativo: Estudantes na luta!
Qualquer que seja o partido ou coligação no poder, a ou o presidente, o ensino atual continuará a resumir-se à produção de mão-de-obra para um sistema económico e social que a cada dia acelera o seu processo de autodestruição.
Estarmos dependentes de uma organização hierárquica que servirá sempre os interesses da classe dominante não é aceitável. Muitos são os engenhos que nos bloqueiam, atrasam e limitam o desenvolvimento das nossas capacidades, desde a mercantilização da educação, a participação estudantil burocratizada, os exames nacionais, ao próprio programa imposto do Ministério da Educação.
As escolas de pedagogia alternativa, não necessariamente libertária, provam que outro tipo de método é possível, porém estas não conseguem remover um factor que enquanto vivermos em capitalismo iremos sempre sentir: o mercado de trabalho. Um mercado de trabalho onde reina a exploração, a competição e a precariedade.
Convencemo-nos assim que a luta por uma educação verdadeiramente livre tem de estar aliada à luta pela emancipação da classe trabalhadora e à abolição do Estado.
Juntos e juntas dizemos não à lógica do Estado e do mercado.
Juntos e juntas podemos criar uma alternativa, anticapitalista e antiautoritária.

Coletivo Estudantil Libertário de Lisboa, CEL_Lisboa

Colagem de Cartazes #SolidaridadTitiriteros





terça-feira, 26 de abril de 2016

1º de Maio Combativo 2016, Lisboa


1º de Maio Combativo 2016, Lisboa: 15:30, Praça D. Pedro IV

Primeiro de Maio: Dia Internacional dos Trabalhadores

  Este é o dia em que se comemoram as lutas de todos os trabalhadores de todo o mundo. No entanto, que temos nós para comemorar? O prevalecente desemprego? A exploração salarial? A facilidade dos despedimentos? O trabalho precário? Uma esquerda parlamentar que se preocupa sobretudo com a obtenção de mais votos?

  As confederações sindicais, organizadas segundo um sindicalismo burocrático e reformista, revelam ser incapazes de conduzir com sucesso a luta dos trabalhadores contra a classe dominante que lucra com a nossa miséria. Há muito que abandonaram este objectivo e apoiam a narrativa de que a exploração das nossas vidas para enriquecer os bolsos de uma minoria está cá para ficar.

  São necessárias novamente as formas de luta que no passado conquistaram as 8 horas de trabalho, como a acção directa, o boicote, a greve, e a sabotagem. É necessário o sindicalismo revolucionário, organizado pelos trabalhadores de forma assembleária, que não se rende à vontade dos patrões, e que não pára até atingir o seu objectivo final: a emancipação dos trabalhadores. Temos de tomar o controlo dos nossos locais de trabalho, dos nossos bairros, das nossas ruas, das nossas vidas!

  Contra a "festa" da miséria! Unidos e auto-organizados nós damos-lhes a crise!

Rumo às portas que Abril abriu - CEL_Lisboa



Fotografias do Bloco Libertário + Jacobichas de 25 de Abril de 2016


  Ao contrário do que podemos ouvir por algumas ruas, não precisamos de um novo 25 de Abril. Sendo que este correspondeu à passagem de uma ditadura para uma democracia representativa que a cada instância se demonstra ineficaz para garantir a liberdade dos portugueses, seria impensável apoiarmos tal slogan, ou ainda o “25 de Abril sempre”; para sempre neste impasse não desejamos ficar.
  Daqui escrevem alguns daqueles e daquelas que já nasceram com muito do que aquele golpe podia dar: liberdade de expressão, privilegiada se monopolizarmos os média; de associação, mesmo tendo nós de subjugar-nos ao monopólio estatal; um estado de bem-estar social que nos capacitou para escrevermos este texto e que nos manteve saudáveis o suficiente para sermos servos da classe dominante, mas que começa a travar com as emboscadas neoliberais, etc.
  Como já deveríamos todos e todas saber, não só de sistemas políticos vive o ser humano. Não vale a pena falarmos de cumprir a Constituição quando o capitalismo lhe coloca proibições estruturais aos seus valores, ou talvez até por em certos pontos estar desatualizada à experiência que já desenvolvemos. Significa isto conformar-mo-nos ao reformista que se multiplica com os seus “A democracia é o melhor entre os piores sistemas”, “Mal menor”, “No meio está a virtude”? Claro que não! Celebram esta data com o mesmo pensamento que a fez chegar tão tarde, “é melhor assim do que como era antes”. O fado que nos cantam sobre esta ser a única opção, não está só caducado, é um fado medroso. É um fado do medo à ditadura política quando prevalece a ditadura dos mercados, que em tudo limita a vida política! É um fado ao profissionalismo que nos dispersa, que nos afasta das nossas comunidades e dos nossos problemas.
  “Se os jovens quiserem mudar qualquer coisa, os velhos soltarão um grito de alarme contra os inovadores. Aquele selvagem preferiria deixar-se matar a transgredir o costume do seu país, porque desde a infância lhe disseram que a menor infracção aos costumes estabelecidos lhe traria desgraça, causaria a ruína de toda a tribo. E ainda hoje, quantos políticos, economistas, e pretensos revolucionários agem sob a mesma impressão, agarrando-se a um passado que se vai embora! Quantos não têm outra preocupação senão procurar precedentes! Quantos fogosos inovadores não passam de simples copistas das revoluções anteriores!”
  - Piotr Kropotkin em "A Lei e a Autoridade"
  Se as portas se abriram, não fiquemos por aqui. Organizemo-nos para o combate da opressão que ainda prevalece; tirando as correntes que nos prendem, nada temos a perder.
  Colectivo Estudantil Libertário de Lisboa

sábado, 23 de abril de 2016

Bloco Libertário - Marcha 25 de Abril 2016


Mais do que comemorar o aniversário do golpe militar que pôs fim a 48 anos de fascismo, é necessário encetarem-se novas lutas, a nível nacional e internacional, que dêem resposta a este mundo capitalista que não só destrói as nossas vidas como até coloca em perigo a sustentabilidade ambiental do nosso planeta.


Hoje como antes da madrugada de 25 de abril de 1974, os governos de todos os países estão ao serviço dos seus próprios interesses e da máquina capitalista da qual dependem.



A melhor maneira de honrar esta data é seguir o exemplo daqueles que, em desobediência das ordens para ficarem em casa no dia do golpe, saíram às ruas, e nos dias seguintes organizaram-se para assumirem o controlo das suas próprias vidas, ocupando terras e empresas, expulsando patrões e latifundiários, praticando a autogestão, criando movimentos populares de base, comissões de trabalhadores e de moradores.

Só a luta autónoma, auto-organizada, direta e persistente terá efeito contra aqueles que nos oprimem e exploram todos os dias, em particular aos mais desprotegidos e despossuídos.

No meio do folclore da cega celebração, façamos do nosso bloco, um bloco reinvidicativo e sem meias palavras, anti-capitalista e libertário.

Junta-te e trás um amigo também! (mais os cartazes, os flyers, as faixas, e as bandeiras!)

Concentração às 15h em frente ao Diário de Notícias, av. da Liberdade

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Colectivo Estudantil Libertário de Lisboa
Iniciativa Libertária
Núcleo de Lisboa da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Trabalhadores


terça-feira, 5 de abril de 2016

2º dia de Solidariedade Internacional com os "Títeres desde abajo"


Ato de sensibilização e solidariedade pela absolvição dos "Títeres desde Abajo", marcando o dia 5 de Abril, 2º dia de Solidariedade Internacional para com a luta dos mesmos, com participação da AE António Arroio, CEL_Lisboa e Núcleo de Lisboa da AIT-SP.

Arte não é terrorismo - Libertad Titiriteros!

    No dia 5 de Fevereiro foram presos dois marionetistas espanhóis, o grupo “Títeres desde abajo”, pela apresentação de um teatro de rua satírico no Carnaval de Madrid tendo as autoridades considerado o espetáculo “apologia ao terrorismo”, devido à presença de um cartaz “Gora Alka-ETA” que fazia alusão à manipulação policial precisamente sobre este tema.
     A detenção de Raúl Garcia e Alfonso Lázaro provocaram uma onda de solidariedade que os libertou, porém recaem sobre eles ainda as acusações de “enaltecimento ao terrorismo” e de “delito às liberdades individuais”, ficaram sem passaporte, e têm de se apresentar periodicamente às autoridades (cada 15 dias no caso de Raúl, e cada 30 dias no caso de Alfonso).
  Exigimos a absolvição das acusações, sendo que o único “delito às liberdades individuais” presente nesta história é a violação da liberdade de expressão, praticada pelo Estado Espanhol que os condena, e o único terror, suscitado pelo autoritarismo que tenta calar as vozes discordantes.


Texto subscrito por:
Associação de Estudantes da Escola Artística António Arroio
Colectivo Estudantil Libertário de Lisboa
Núcleo de Lisboa da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Trabalhadores





terça-feira, 8 de março de 2016

(8 de Março) A todas as irmãs anarco-sindicalistas



Este 8 de Março saudamos todas as mulheres do movimento anarco-sindicalista.

O nosso é um movimento que aspira a criar uma sociedade igualitária e libertária. O sexismo é uma das formas de discriminação e de hierarquia que é necessário erradicar e não há melhor lugar para começarmos do que onde quer que estejamos. Em muitos movimentos sociais podemos experimentar formas de liderança de facto que favorecem os machos e que, de muitas formas, fazem com que as mulheres não sejam igualmente valorizadas nas organizações. Não temos apenas que questionar a necessidade de líderes de facto, mas também de mudar as nossas noções do que devemos valorizar neste tipo de dinâmicas.
Nunca deixemos de tratar estes temas com seriedade e neutralizemos os que querem fomentar formas de dominação masculina.

A nossa libertação não é um simples assunto de luta de classes, mas sim de uma completa transformação social na qual nos tratemos como iguais e em que sejam derrubados os privilégios sob todas as formas. E, para nós, este estado de respeito e de conduta igualitária deve ter lugar aqui e agora.

Contra todas as formas de hierarquia – não só do estado e do capitalismo.


Secretariado da Associação Internacional de Trabalhadores
7/3/2016

Agradecimento pela tradução: 
https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2016/03/08/8-de-marco-a-todas-as-irmas-anarco-sindicalistas/